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sábado, 18 de julho de 2015

  

A Química Fundamental Para a Vida | infoEnem


Posted: 17 Jul 2015 09:11 AM PDT
Hoje iremos ver a importância de determinadas substâncias químicas para a existência e manutenção da vida dos seres vivos. Trata-se de conteúdo comumente cobrado em questões da prova de Ciências da Natureza, realizada no primeiro dia do Enem.
Apesar da imensa diversidade de formas de vida no planeta Terra, todos os seres vivos apresentam composição química muito parecida. De modo geral, podemos classificar os elementos que os compõem em substâncias inorgânicas e orgânicas. O primeiro tipo abrange a água, os sais minerais, gases como o oxigênio, nitrogênio e gás carbônico, enquanto o segundo tipo engloba as gorduras (lipídeos), proteínas, carboidratos e ácidos nucleicos.
Detalhando um pouco mais o papel de algumas dessas substâncias, temos primeiramente que falar sobre a água: trata-se daquela presente na maioria das células dos seres vivos, sendo responsável por inúmeras funções. Dentre essas, podemos citar: ação de solvente, o que facilita a ocorrência de reações químicas entre substâncias ionizáveis; meio de transporte, pois é através de fluidos a base de água que as substâncias são transportadas entre células; e proteção contra variações abruptas de temperatura, pois a água possui elevado calor específico.
De vital importância para o organismo, devemos citar também a atuação dos sais minerais. Geralmente são encontrados sob a forma de íons dissolvidos em água, sendo que cada íon exerce um papel no organismo. Dentre os mais relevantes, devemos lembrar o iodo (I) para o controle das funções da glândula tireoide, o ferro (Fe) como componente funcional da hemoglobina, o cálcio (Ca2+) na composição de ossos e contração muscular, e, por fim, a ação conjunta de sódio (Na+) e potássio (K+), atuantes na condução de impulsos elétricos pelas células nervosas.
Os carboidratos, por sua vez, desempenham papel estrutural e energético nos seres vivos. Dividindo-se em três categorias, temos: (i) monossacarídeos, considerados carboidratos simples de função energética e estrutural, compondo as moléculas de DNA e RNA; (ii) oligossacarídeos, constituídos a partir da ligação de até dez monossacarídeos. Nesta categoria encontramos a maltose, a sacarose e a lactose; (iii) polissacarídeos, que são macromoléculas formadas pela união de centenas ou milhares de monossacarídeos. Dividindo-se entre aqueles de função energética e estrutural, devemos nos recordar do amido, do glicogênio, da quitina e da celulose.
Por fim, as gorduras (ou lipídeos) são substâncias de pouca solubilidade em água. Dentre suas categorias, devemos citar os triacilgliceróis, moléculas que armazenam mais energia que os carboidratos e abrangem os óleos vegetais e as gorduras animais; os fosfolipídeos, que desempenham papel estrutural em membranas celulares; as ceras, que são ácidos graxos com cadeias grandes, presentes na pele, pelos e exoesqueleto de artrópodes, além de recobrir frutos e folhas de plantas; os esteroides, cujo componente mais importante é o colesterol, pois este faz parte do ciclo de produção de diversos hormônios e membranas celulares

Dica de leitura para o Enem: Palestina, de Joe Sacco | infoEnem


 
Posted: 18 Jul 2015 06:00 AM PDT
Novamente temos uma leitura para turbinar seus estudos para o Enem. Desta vez apresentamos a História em Quadrinhos (HQ) “Palestina”, escrita por Joe Sacco em dois volumes entre os anos de 1993 e 1996. Porém, a obra foi reeditada pela Editora Conrad em 2011 para uma versão especial de volume único.
Como explicitado pelo título da HQ, o livro apresenta a perspectiva do autor a partir de uma viagem feita ao Oriente Médio entre os anos de 1991 e 1992. Durante essa viagem, ele coletou histórias nas ruas, hospitais e escolas, entrevistando judeus e refugiados palestinos. A partir das histórias ouvidas e presenciadas, o autor retrata o cotidiano do povo palestino durante um período em que havia esperanças de um acordo de paz com o povo israelense. Denominado por alguns críticos como uma “reportagem em quadrinhos”, atribui-se ao autor, por vezes, certa parcialidade ao abordar o conflito. No entanto, os relatos retratados na HQ são semelhantes aos feitos por órgãos da imprensa internacional e repórteres independentes, o que valida o posicionamento do autor.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/939746-conrad-lanca-edicao-de-luxo-de-palestina-do-joe-sacco.shtml.
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/939746-conrad-lanca-edicao-de-luxo-de-palestina-do-joe-sacco.shtml.
Depois de adentrar no mundo criado por Sacco, procure retomar o estudo da questão palestina. Para isso, tente responder às seguintes perguntas, sempre refletindo com o contexto histórico reproduzido na HQ: o quer é a Faixa de Gaza? Qual o contexto histórico entre israelenses e palestinos pela disputa deste pedaço de terra? Qual a diferença entre a Cisjordânia e a Faixa de Gaza? O que foi a primeira Intifada e qual sua motivação? O que foi a Organização pela Libertação da Palestina e qual seu papel no confronto entre Israel e Palestina? Qual a origem do Hamas e qual sua atuação durante o início da década de 1990? O que é a Autoridade Nacional Palestina e qual sua importância? O que é o “muro da vergonha” na Cisjordânia?
Após rever tais conceitos, recomendamos também a busca sobre a atualidade do conflito, bem como sobre eventos marcantes ocorridos na primeira década do século XXI. Entendendo o passado e o presente, temos certeza que questões envolvendo a Palestina se tornarão muito mais fáceis.

domingo, 19 de abril de 2015

Regulamentação da Terceirização - Tema Redação Enem 2015.*


 O projeto de lei número 4330/04, cuja autoria é do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), foi aprovado pela Câmara dos Deputados, em Brasília: a regulamentação da terceirização de serviços em empresas de todo o país.
Como trata-se de um tema de cunho social que atinge todos os brasileiros, merece um texto expondo argumentos favoráveis e contrários e incitando o debate entre vocês, leitores, a fim de discuti-lo por meio de estratégias argumentativas, como devemos fazer em dissertações-argumentativas.
No dia 08 de abril, quarta-feira, o referido projeto de lei foi aprovado por 324 deputados favoráveis a 137 votos contrários. Na ocasião, apenas os partidos PT, Psol e PcdoB votaram contra a proposta que previa (pois já houve mudanças recentes, como dissertaremos a seguir) que empresas, públicas e privadas, pudessem terceirizar suas atividades – meio (funções de apoio, como por exemplo, limpeza, jardinagem e segurança) e suas atividades – fim, ou seja, funções principais. No caso de uma montadora, por exemplo, a fabricação de carros; no caso de uma escola, as aulas e a direção.
A proposta inicial previa que apenas empresas especializadas prestassem serviços terceirizados e deveriam pagar 4% do valor do contrato para um seguro que arrecadaria fundos para pagamentos de indenizações trabalhistas; já os encargos trabalhistas, onerosos para as empresas, mas que configuram direitos dos trabalhadores, como PIS/Cofins e o FGTS devem ser recolhidos pelas empresas contratantes.
Na prática, é como se você, empregado com carteira assinada, fosse convidado pelo seu empregador a abrir uma pequena empresa, com CNPJ e, assim, virar uma pessoa jurídica (o famoso PJ) e recomeçar a trabalhar emitindo nota, inclusive. Há muitas pessoas que já atuam como PJ, mas muitas preferem a segurança da carteira assinada.
A proposta previa que essas medidas fossem aplicadas nas empresas e instituições públicas, como estatais, escolas e universidades públicas e demais órgãos públicos, acabando, assim, com os concursos públicos, tão almejados pela estabilidade. No entanto, nessa semana, foi aprovada uma alteração em relação a esse ponto.
Nesse contexto, desde a semana passada, debates acalorados têm movimentado a mídia impressa, televisiva e digital e as redes sociais em todo o país com opiniões favoráveis e contrárias à regulamentação da terceirização e, por esse motivo, esse tema deve ser estudado e analisado pelos candidatos ao Enem 2015.
Além dos debates, manifestações contrárias a esse projeto de lei movimentaram todo o Brasil anteontem, dia 14 de abril. Em várias cidades do país, diversas categorias foram às ruas e promoveram paralisações contra a terceirização: empresas privadas e públicas paralisaram suas atividades, como por exemplo, empresas de transporte público, Correios, em universidades, como a Universidade de São Paulo (USP), metalúrgicas e montadoras de automóveis, bancos, refinarias, polícia militar dentre outras. O portal de notícias UOL noticiou todas as manifestações do dia de ontem.
Especialistas e deputados contrários a essa medida afirmam que as relações trabalhistas serão muito prejudicadas caso esse projeto de lei seja sancionado, pois ocorreria uma precarização do trabalho no Brasil, já que os direitos trabalhistas seriam diminuídos, desprotegendo o trabalhador.
Uma estratégia argumentativa que embasa esse argumento é o resultado de uma pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em parceria com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), divulgada pelo blog do jornalista e professor universitário Leonardo Sakamoto. A pesquisa atestou que trabalhadores terceirizados trabalham, em média, três horas a mais por semana e recebem 27% menos do que um trabalhador registrado.
O Tribunal Superior do Trabalho também colocou-se contra à medida, afirmando que:
ao permitir a generalização da terceirização para toda a economia e a sociedade, certamente provocará gravíssima lesão social de direitos sociais, trabalhistas e previdenciários no País, com a potencialidade de provocar a migração massiva de milhões de trabalhadores hoje enquadrados como efetivos das empresas e instituições tomadoras de serviços em direção a um novo enquadramento, como trabalhadores terceirizados, deflagrando impressionante redução de valores, direitos e garantias trabalhistas e sociais.
O rebaixamento dramático da remuneração contratual de milhões de concidadãos, além de comprometer o bem estar individual e social de seres humanos e famílias brasileiras, afetará fortemente, de maneira negativa, o mercado interno de trabalho e de consumo, comprometendo um dos principais elementos de destaque no desenvolvimento do País. Com o decréscimo significativo da renda do trabalho ficará comprometida a pujança do mercado interno no Brasil.

Disponíveis em http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2015/04/06/um-golpe-contra-os-trabalhadores-esta-em-curso-no-congresso-nacional/.

Leonardo Sakamoto, estudioso do tema sobre trabalhos análogos à escravidão, ainda afirma que situações como essas, ilegais e imorais, poderão aumentar caso a terceirização seja regulamentada, já que esta seria um artifício para as empresas fugirem de suas responsabilidades trabalhistas. O professor traz um dado que corrobora seu argumento:
Entre 2010 e 2014, cerca de 90% dos trabalhadores resgatados nos dez maiores flagrantes de trabalho escravo contemporâneo eram terceirizados, conforme dados do Ministério do Trabalho e Emprego. Casos como esses já acontecem em setores como mineração, confecções e manutenção elétrica.

Disponível em http://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2015/04/08/nove-motivos-para-voce-se-preocupar-com-a-nova-lei-da-terceirizacao/.

Já os especialistas e os deputados favoráveis à medida dizem que ela será boa para o Brasil e discordam dos que afirmam que o trabalhador ficará desprotegido. Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP, do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo-CIESP e do Conselho Deliberativo do SEBRAE-SP, em artigo publicado, defende a regulamentação da terceirização argumentando que haverá fiscalização por parte da empresa contratante da empresa contratada (terceirizada) e que haverá consequências caso algo seja descumprido. Para o empresário, há modernidade na medida e esta incentivará o empreendedorismo.
Outros argumentos favoráveis, nessa direção, apontam para um aumento do número de empregos no país aliviando, assim, a carga tributária sobre a iniciativa privada. Segundo Erly Domingues de Syllos, 1º vice-diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp),
Com a lei aprovada, há pesquisa indicando que serão gerados 700 mil novos empregos em São Paulo e no Brasil 3 milhões. É um número interessante. Considere ainda o fato de que no país há pelo menos 1 milhão de empresas prestadoras de serviços terceirizados e que gera cerca de 15 milhões de empregos formais”.

Disponível em http://www.cruzeirodosul.inf.br/materia/603812/projeto-da-terceirizacao-divide-opinioes.
 O que  você pensa em relação à regulamentação das tercerizações no Brasil? Sua opinião é contrária ou favorável?

*CAMILA DALLA POZZA PEREIRA é graduada e mestranda em Letras/Português pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Atualmente trabalha na área da Educação exercendo funções relacionadas ao ensino de Língua Portuguesa, Literatura e Redação. Foi corretora de redação em em importantes universidades públicas. Além disso, também participou de avaliações e produções de vários materiais didáticos, inclusive prestando serviço ao Ministério da Educação (MEC). INFOENEM.

Fontes energéticas¹

Uma classificação muito comum a ser feita quando se trata de fonte de energia é analisar se esta é renovável ou não renovável.
As energias renováveis são aquelas cujas fontes não se esgotam ao longo do tempo. Por exemplo, a energia solar, que tem como fonte o calor do Sol, que é algo que não se acaba. Todos esperamos que o Sol não vá deixar de existir de um dia para o outro, certo? Nem mesmo em dias chuvosos!
Por isso, não confunda: a fonte de energia deve ser inesgotável, mesmo que ela seja temporal / sazonal.
Os principais tipos de energias renováveis são:

Energia Solar

Tendo como fonte a luz do sol, essa energia pode ser aproveitada como fotovoltaica (efeito fotoelétrico para produção de eletricidade) e térmica (utilização do calor do sol para aquecimento de água para uso direto ou geração de vapor d’água). É uma energia limpa mas tem elevado custo no Brasil.

Energia Eólica

Tem como fonte o vento que ativa turbinas e geradores transformando energia mecânica em elétrica. É também uma energia limpa mas seus equipamentos são caros e a eficiência depende da região da usina, já que há lugares que os ventos são mais fortes.

Energia Hidrelétrica

É utilizada a água dos rios para movimentação de turbinas, transformando energia mecânica em elétrica. Bastante utilizada no Brasil por ser uma região ampla e com bastante recurso hídrico. Sua aplicação causa alguns impactos ambientais e sociais por causa do alagamento da região da usina, por isso deve ser bem planejada.

Biomassa

Essa produção de energia consiste na queima de materiais orgânicos, como bagaço de cana, lenha e outros resíduos. Durante a combustão, há liberação de gás carbônico, porém, este é utilizado pela própria vegetação para a fotossíntese. Por isso, caso tenha um controle dessa produção, ela pode ser considerada uma energia limpa.
As energias não renováveis são aquelas cujos recursos são limitados. Um exemplo é a termoelétrica que tem como fonte de energia a queima de combustíveis fósseis. Se o recurso se esgota, não há mais como produzir energia daquela forma.
Quanto às energias não renováveis, podemos separar da seguinte forma:

Combustíveis fósseis

Aqui ficam inclusos o petróleo, o gás natural, o carvão mineral, o xisto, etc. Essa fonte de energia é responsável por aproximadamente 80% da matriz energética do mundo. Por isso, é a principal fonte de energia em questão de importância econômica e política. Apesar de ser mais lucrativa, a queima desses combustíveis fósseis é muito poluente e responsável por grande parte do efeito estufa e aquecimento global.

Energia nuclear

O principal material utilizado para produção de energia nuclear é o urânio-235, que é um elemento radioativo. A fissão nuclear desse elemento é causada em reatores nucleares, havendo liberação de grande quantidade de energia. As usinas nucleares não são poluentes e a eficiência dessa produção é alta. Porém, seu uso deve ser muito controlado já que, em caso de acidente, o impacto é muito grande por ser um elemento radioativo.
¹INFOENEM.

sábado, 18 de abril de 2015

Temas Redação Enem 2015: Redução da Maioridade Penal
Posted: 02 Apr 2015 11:13 AM PDT
A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CJC) da Câmara dos Deputados Federais aprovou no último dia 31 de março a PEC 171/93 de autoria do parlamentar Marcos Rogério (PDT-RO) que reduz a maioridade penal dos 18 para os 16 anos no Brasil. Ou seja, a CJC, com essa aprovação, afirma que a redução da maioridade penal é constitucional, argumento rebatido pelos partidos contrários à referida PEC (Psol, PT, PPS, PSB e PcdoB).
A partir desse momento, a Câmara abrirá uma comissão especial para debater o tema e examinar a proposta que foi apresentada com 46 emendas criadas nos últimos 22 anos, desde quando a proposta original foi inserida. Essa comissão especial terá 40 sessões em Plenário, inclusive audiências públicas, para dar o seu parecer final.
Após esse trâmite, a PEC será votada pelos deputados federais em dois turnos e, para ser aprovada, precisa de 3/5 de votos favoráveis (308 parlamentares) em cada uma das votações. Caso a PEC seja aprovada na Câmara, passará pelo mesmo sistema de votação no Senado Federal e, se aprovado o texto original, será promulgada; já se for aprovado, mas com alterações, voltará para a Câmara Federal para ser votado novamente.
A redução da maioria penal sempre foi um tema polêmico e que desperta debates acalorados na população em geral e, com essa movimentação parlamentar, voltou a ocupar espaços importantes nas mídias televisiva, imprensa e digital em todo o país e, por ser algo tão importante, resolvemos trazê-lo nessa coluna que trata de temas relevantes para a redação do Enem 2015.
Em outras ocasiões, afirmamos que acreditamos que temas tão polêmicos, como a redução da maioridade penal e a regulamentação e descriminalização do aborto, por exemplo, não seriam temas de propostas de redação do Enem, mas como o debate tomou proporções nacionais, objetivamos mostrar a vocês, leitores, os argumentos favoráveis e contrários a essa medida a fim de que vocês construam as suas próprias opiniões.
Segundo a página Congresso em Foco, a PEC não teria a maioria dos votos favoráveis na Câmara dos Deputados e a tendência seria reduzir a maioridade penal apenas para crimes hediondos – algo que também contraria os partidos opositores à proposta. Crimes hediondos, a saber, são crimes como latrocínio (roubo seguido de morte), sequestro, estupro, homicídio dentre outros.
O deputado Marcos Rogério (PDT-RO), em entrevista à edição da última terça-feira (31/03) do Jornal Nacional, argumentou o seguinte:
O que a sociedade está pedindo é que haja redução. Já se pode votar aos 16 anos, pode casar aos 16 anos, pode tanta coisa aos 16 anos. Não pode responder pelos crimes? Então, acho que é um avanço o que nós fizemos aqui na CCJ, mas esse debate vai ser muito mais caloroso na comissão especial, onde vai se discutir o mérito da questão.
Já o deputado Chico Alencar (Psol-RJ), na mesma matéria, rebateu dizendo que
Já há medidas de punição. O Estatuto da Criança e do Adolescente já prevê uma série de sanções, inclusive com internação. As medidas socioeducativas, quando aplicadas corretamente, têm se mostrado muito mais eficazes para a sociedade do que o encarceramento.
Parlamentares e ativistas contrários à redução da maioridade penal dos 18 aos 16 anos argumentam que essa medida é inconstitucional, pois a Constituição Federal proibiria essa diminuição, algo interpretado de maneira inversa pelos parlamentares e ativistas favoráveis à redução. O fato é que, na lei máxima do país, está posto, em seu artigo 228, que menores de 18 anos são inimputáveis criminalmente.
Os argumentos favoráveis à redução da maioridade penal espelham-se em países nos quais a idade mínima para ser acusado e condenado criminalmente é abaixo dos 18 anos, como a Inglaterra, por exemplo, onde, atualmente, a maioridade penal é de 10 anos e o país passa por uma discussão sobre a possibilidade de aumentá-la.



Outro argumento favorável é o que afirma que a impunidade gera mais violência. Adolescentes são usados por adultos para levarem a culpa pelos crimes por esses receberem, apenas medidas socioeducativas ou, se apreendidos (já que o Estatuto da Criança e do Adolescente não usa o verbo prender ao tratar de menores de idades), podem ficar nas instituições para esse fim por, somente, três anos.
Dados estatísticos são usados como estratégia argumentativa (como deve-se fazer em uma redação do Enem) para fundamentar a aprovação da redução da maioridade penal, visto que, de acordo com uma pesquisa realizada, em 2013, pelo instituto CNT/MDA, indicou que 92,7% da população brasileira é a favor da medida; já a pesquisa do Datafolha, promovida no mesmo ano, apontou que 97% dos paulistanos querem a redução da maioridade penal e 72% pensam que isso deveria ser feito em relação a qualquer tipo de crime.
Por outro lado, parlamentares e ativistas contrários também fundamentam seus argumentos em estratégias argumentativas como dados estatísticos. Segundo a página do Movimento 18 razões para a NÃO redução da maioridade penal, o índice de reincidências nas prisões brasileiras é de 70%, ou seja, o sistema carcerário do nosso país não consegue reabilitar o preso para voltar à sociedade e não cometer mais crimes, já que está super lotado e sucateado e possui a 4ª maior população carcerária do mundo com 500 mil presos, perdendo apenas para Estados Unidos, China e Rússia.



E você, leitor, o que pensa sobre isso? Você já tem uma opinião formada ou não? O que escreveria se esse tema fosse um tema em uma proposta de redação do Enem?


*CAMILA DALLA POZZA PEREIRA é graduada e mestranda em Letras/Português pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Atualmente trabalha na área da Educação exercendo funções relacionadas ao ensino de Língua Portuguesa, Literatura e Redação. Foi corretora de redação em em importantes universidades públicas. Além disso, também participou de avaliações e produções de vários materiais didáticos, inclusive prestando serviço ao Ministério da Educação (MEC).

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Marie Curie

A rainha do rádio

por Cássio Leite Vieira 
Há um século, uma jovem pesquisadora polonesa surpreendia a ciência com a descoberta da radiatividade. Marie Curie é, até hoje, a única mulher no seleto grupo de cientistas que ganharam dois prêmios Nobel.

Parece um conto de fadas. Maria Sklodowska – depois, Marie Curie – era uma menina pobre, de inteligência extraordinária, filha de um professor polonês de Física e Matemática. O pai foi infeliz nos negócios e levou a família à ruína. Marie e sua irmã, Bronia, foram obrigadas a trabalhar para viver, mas nunca desistiram do projeto de cursar uma faculdade. Só que não havia vagas para mulheres em cursos superiores de ciência na Polônia. Maria empregou-se como governanta, em Varsóvia, para sustentar os estudos de Medicina de Bronia em Paris. Depois, trocaram. A irmã, trabalhando na Polônia, sustentou o curso de Física de Maria na Sorbonne. Em Paris, vivia no limite da miséria. Passava a pão, manteiga e chá. Formou-se, em 1893, aos 26 anos, em primeiro lugar. Um ano depois formou-se também em Matemática, em segundo lugar na turma. Conheceu, então, Pierre Curie, um professor de 35 anos, de quem herdaria o nome. Casaram-se e foram trabalhar juntos no laboratório dele. A sorte lhe sorria.

Em 1896, pesquisando para o doutorado, interessou-se por um novo fenômeno, a emissão de raios pelos sais de urânio, descoberta naquele ano pelo físico Antoine Becquerel (1852-1908). Marie aprofundou as pesquisas e descobriu que a radiatividade, como ela mesma batizou, era uma propriedade dos átomos. Ou seja: compostos diferentes de urânio emitem a mesma quantidade de raios se tiverem a mesma quantidade do elemento radiativo. Sua maior descoberta veio em 1898, quando apresentou ao mundo dois novos elementos radiativos: o rádio e o polônio. Em 1903, tornou-se a primeira mulher na França a obter o título de doutor. No mesmo ano, ganhou o Prêmio Nobel de Física junto com o marido, Pierre, e Becquerel, pelos trabalhos sobre a radiatividade.
Em 1906, Pierre morreu tragicamente, atropelado por uma carruagem. Marie dedicou-se como nunca à ciência e às duas filhas – uma delas, Irène, ganharia o Nobel de Química em 1935. Em 1911, depois de se tornar a primeira mulher a lecionar na Sorbonne, Marie Curie ganhou o segundo Nobel, agora em Química, pela descoberta dos novos elementos. Tornou-se mundialmente famosa. “Ela foi a única pessoa a quem a glória não corrompeu”, disse Einstein.
Na época em que Marie pesquisava, os efeitos cancerígenos da radiatividade eram desconhecidos. Ela manipulava, sem proteção, até 20 quilos de compostos radiativos. E dormia com sais de rádio ao lado da cama, para vê-los brilhar no escuro. Em 1934, com 67 anos, morreu de leucemia, causada provavelmente pela contaminação. Até hoje, seus diários de pesquisa não podem ser manipulados por causa do seu alto grau de radiatividade.

Ficha técnica

Nome
Maria Sklodowska (depois, Marie Curie)

Nascimento
7 de novembro de 1867, em Varsóvia, Polônia (então Império Russo)

Morte
4 de julho de 1934, em Sallanches (França)

Formação
Física e Matemática pela Universidade de Paris, a Sorbonne

Ocupação
Física experimental

Destaque
Mostrou que a radiatividade era um fenômeno atômico. Descobriu os elementos químicos rádio e polônio

Eureka! Eureka! Eureka!

Muito além dos raios do urânio
Em fevereiro de 1898, estudando o urânio, Marie Curie investigava se o cobre e o ouro também tinham a mesma propriedade de emitir “raios”. Após testar, sem sucesso, treze elementos num equipamento improvisado com engradados de mercearia e chapas de metal, resolveu, um dia, usar a uraninita, um mineral composto de urânio. Naquele 17 de fevereiro, ela constatou, surpresa, que quantidades mínimas de uraninita emitiam muito mais “raios” que o urânio puro. Conclusão: a radiatividade – como ela passou a chamar – não era propriedade exclusiva do urânio. Deveria haver outros elementos com a mesma capacidade. A partir daquele dia, trabalhou exaustivamente, durante meses – e sem nenhuma proteção contra a radiação –, no laboratório precário e frio construído no porão da escola onde o marido lecionava. No final daquele ano, veio a recompensa por tanto trabalho. Marie apresentou ao mundo dois novos elementos radiativos: o polônio, batizado em homenagem à sua terra natal, e o rádio.

 

“Um cientista em seu laboratório não é somente um técnico: é também uma criança colocada diante de fenômenos naturais que a impressionam como um conto de fadas.”